Em homenagem ao amigo Josias, que hoje (07/08/2013) recebe o título de cidadão macaibense, publico outra vez a poesia Um Paseio de Saudade nas Ruas de Macaíba, homenagem a cidade onde nasci e tive o privilégio de conhecer o trabalho de Zé Milanez, o pai de Josias, que foi contemporâneo do meu pai, Chagas Ramalho e, como ele, cantador de viola e cordelista. Parabéns Josias, pelo pai e pelo título.
UM PASSEIO DE SAUDADE
NAS RUAS DE MACAÍBA
José Acaci
Se hoje sinto
saudade
dos meus
tempos de criança,
logo me vem à
lembrança,
Macaíba, meu
torrão.
E sinto com
emoção
que mesmo
estando à distância,
guardo marcas
da infância,
dentro do meu
coração.
E quando a
saudade aperta,
que eu sinto
que já não dá,
vez em quando
eu volto lá
e me pego
caminhando.
E quando
estou passeando
olhando cada
janela,
vejo um
cinema na tela
e o meu
passado passando.
Quando
passo em Macaíba
sinto-me
realizado.
Cada
passo do passado
vai
passando no compasso.
Eu
relembro cada traço
marcado
em minha memória,
e
um pouco da minha história,
em
cada espaço que passo.
Vejo as
fachadas das casas,
as banquinhas
de picado,
os boinhos, o
mercado,
a igreja e o
coreto.
Ao passado me
remeto.
que até
escuto a muvuca
do bilhar e
do sinuca
lá no bar do
gato preto.
A
primeira professora
eu
nunca vou esquecer,
sempre
vou lhe agradecer
por
tudo que sou e sei.
E
a escola onde estudei
minha
primeira lição,
que
me deu a direção
pra
chegar onde cheguei.
Domingo
depois da missa
tinha
passeio na praça,
um
sorriso e uma graça,
um
olhar e uma piscada.
Tinha
moça espevitada,
doida
por um namorado,
e
rapaz todo arrumado
querendo
uma namorada.
O
Pax Clube lotado
nas
festas de domingueiras,
e
a moças namoradeiras
no
meio do fuzuê.
O
meu olho ainda vê,
eu
sentado na mureta,
mutretando
uma mutreta
pra
entrar no suarê.
Passear
em Macaíba
é
encontrar o abrigo
do
abraço do amigo
que
ficou aqui guardado.
Meu
olho fica molhado
e
a saudade não se encerra,
quando
revejo minha terra
e
relembro meu passado.
FIM.